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A ANTI STATUS QUO COMPANHIA DE DANÇA é um laboratório de experimentação independente que investe na pesquisa da expressão do movimento e da linguagem da dança com sede em Brasília-DF que faz 25 anos em 2013. Conhecida pelo forte conteúdo crítico, visual e inventividade de suas produções, a A.S.Q. desenvolve suas pesquisas em dança contemporânea com abordagem multidisciplinar que envolve vários outros campos do conhecimento, além das linguagens artísticas do teatro e as artes visuais, em que se destacam a filosofia e as ciências sociais. O trabalho da Companhia vai além da montagem de espetáculos com ações de formação profissional de artistas da dança, de educação estética, publicações e projetos de formação e fidelização de plateia.

 

A ideia de colocar a expressão “Anti Status Quo” como nome da Companhia veio do interesse de se realizar um trabalho artístico de experimentação em dança. O significado de experimentar como combinar e recombinar; entregar-se à experiência da invenção; duvidar da própria percepção e pôr à prova convicções; entrar no campo do desconhecido, como procurar aquilo que nem se sabe ao certo o que é que se quer encontrar, descobrir, aventurar-se. A expressão do latim status quo, para o dicionário HOUAISS, significa situação, estado, qualidade ou circunstância de uma pessoa ou coisa em determinado momento, uma condição. O uso do “anti” à frente da expressão atribui um significado de oposição à situação vigente, contra os padrões estabelecidos. O nome, portanto, no contexto do campo artístico da dança, poderia associar a identidade do grupo a ideias e conceitos ligados ao questionamento do que já é dado; à inquietude; ao ímpeto pela descoberta; à busca por novas maneiras de ver e recriar o mundo; à não estagnação da percepção e da linguagem da dança.

A Anti Status Quo é também conhecida por A.S.Q. Cia de Dança. As iniciais do nome aludem aos endereços de Brasília que geralmente são também abreviações formadas por três ou mais letras como, por exemplo, SQS e SHIN (Super Quadra Sul e Setor Habitacional Individual Norte).  A associação do nome do grupo com a capital federal é muito bem-vinda, uma vez que remete à nossa origem e valoriza a ligação da Companhia com a sua cidade.

 

A Companhia foi criada pela diretora artística e coreógrafa, Luciana Lara, em 1988, unindo esforços com o produtor Marconi Valadares. Hoje os dois dividem a direção geral da Companhia. Marconi colabora também na direção técnica de palco, na elaboração de cenários e objetos de cena, como designer gráfico e também como diretor de produção e captação de recursos.

 

A Companhia é formada por 3 núcleos: o Núcleo Artístico, o Núcleo de Formação e o Núcleo de Arte Educação:

 

 O Núcleo Artístico é o núcleo central do grupo, sem o qual ele não existiria. A produção, a pesquisa e reflexão artística é a principal atividade da Companhia. O Núcleo artístico tem hoje atividade diária de ensaios de 4 horas de duração, durante cinco dias da semana. Durante essas quatro horas o Núcleo Artístico A.S.Q. desenvolve pesquisas teóricas e práticas para novas montagens de espetáculos, intervenções urbanas e foto performances, faz o trabalho de manutenção e aprimoramento técnico corporal e ensaia os trabalhos coreográficos do repertório da Companhia.

 

As atividades da Companhia se estendem além das 4 horas de ensaio e investigação artística com os bailarinos e compreendem também o trabalho de pesquisa e criação de cenário, trilha sonora, figurinos e design gráfico realizado com colaboradores de outras linguagens artísticas. Ao longo dos anos, além da participação de Marconi Valadares nas criações dos cenários, objetos de cena e design gráfico, algumas parcerias com alguns artistas atuantes na cena artística profissional brasiliense têm sido duradouras e são determinantes da qualidade e da identidade dos trabalhos do grupo, como as realizadas com os iluminadores James Fensterseifer e Marcelo Augusto, os músicos/compositores Cláudio Vinícius, Marcelo Linhos, Valéria Lehmann e Paulucci Araújo, o designer de som Antonio Serralvo e as fotógrafas Mila Petrillo e Débora Amorim

 

O Núcleo artístico da Companhia criou nove espetáculos: “Autorretrato Dinâmico” (2009), “Cidade em Plano” (2006), “Aletheia” (2003), “Coisas de Cartum” (2002), “Dalí” (2000), “Nada Pessoal” (1998), “No Instante” (1996), “Anti Status Quo Dança” (1994), “Efeitos” (1991) e “Eloquência” (1988).

 

A mais nova incursão do Núcleo Artístico é no estudo e criação de intervenções urbanas, iniciada em 2007. Para isso a Companhia criou o projeto intitulado “Jamais seremos os mesmos”, que consiste na elaboração de séries sempre inéditas de intervenções urbanas. As intervenções criadas são performances coreográficas realizadas nas ruas da cidade que trabalham com as especificidades de um espaço público escolhido, explorando seu potencial imagético, cênico, poético e simbólico. A arte da dança na rua trabalhada com a cidade como dramaturgia, na concepção da Companhia, tem o potencial de ressignificar os lugares, modificando a relação das pessoas com aquele determinado espaço e tempo, podendo fazê-las refletir sobre um tema, criando novas dimensões na relação com a arte, com a cidade e com elas mesmas. O título da série vem da ideia de que tanto o espaço como os intérpretes e o público - que no caso são os transeuntes e as pessoas que habitam o espaço público no momento da intervenção - serão modificados pela experiência sinestésica, cênica e plástica. O contexto da rua e o trabalho com intervenções têm se mostrado para a Companhia como um estimulante campo de atuação que revela novas possibilidades de desenvolvimento da linguagem da dança e um novo território de pesquisa, criação e relação com o público, e assim de experiência artística e de vida.

 

Além da criação de espetáculos e intervenções urbanas, a Companhia tem outras maneiras de atuar artisticamente. Já realizou uma primeira incursão na área da criação em videodança com a produção do vídeo piloto, vencedor do Prêmio Klauss Vianna de 2006, “De Carne e Pedra - Cidade em Plano”.  Em 2010 a Companhia publicou seu primeiro livro, “Arqueologia de Um Processo Criativo - Um Livro Coreográfico”, também contemplado com o prêmio de Estímulo à Crítica em Dança da FUNARTE (Fundação Nacional de Artes). O livro foi escrito pela diretora e coreógrafa da Cia  em parceria com o trabalho de design gráfico de Marconi Valadares, e é sobre o processo criativo do espetáculo “Cidade em Plano”. O seu projeto gráfico buscou ir além de um registro da criação para ser uma reflexão analítica crítica visual que extrapola a forma de expressão textual, que acabou  se constituindo em mais uma criação artística da Companhia. Essa iniciativa inaugura outro novo campo de atuação para a A.S.Q., que já tem novos projetos de publicações para o futuro.

 

O Núcleo de Formação foi criado em novembro de 2005 com o objetivo de viabilizar a formação artística e técnica de intérpretes em dança contemporânea. O conteúdo programático das suas aulas regulares inclui aulas práticas e teóricas de consciência corporal, alongamento, técnicas contemporâneas (release tecnique), improvisação, trabalho de colaboração, composição, Coreologia (Laban), história da dança, apreciação crítica, análise de espetáculos e montagens coreográficas para apresentação pública focadas no exercício do intérprete. Os integrantes são estudantes de dança e artes cênicas, atores, bailarinos e interessados em profissionalização artística na área da dança contemporânea. Em sete anos de trabalho, do Núcleo de Formação já saíram seis intérpretes que passaram a interar o Núcleo Artístico da Companhia.

 

Em 2009, unindo o Núcleo Artístico e o de Formação, a Companhia realizou um projeto inédito e inovador em Brasília: a “Exposição Performática A.S.Q. 21 anos”. Em comemoração ao seu 21º aniversário, uma exposição foi montada em uma galeria de arte (Galeria Rubem Valentim – Espaço Cultural 508 Sul) retratando os nove trabalhos da companhia por meio de uma mostra de fotos, vídeos, figurinos, cenários, elementos cênicos, performances diárias, e a apresentação do espetáculo “Recortes ASQ 21 anos” contendo remontagens de trechos das coreografias dos seus espetáculos.

 

O Núcleo de Arte Educação desenvolve três projetos: “A.S.Q. Arte-educação - Uma Abordagem Triangular Através da Dança” (desde 2004), que consiste em programa educativo que leva alunos da 5ª série do ensino fundamental ao ensino médio da rede pública de ensino do Distrito Federal ao teatro para um trabalho que envolve a apreciação, produção e contextualização da dança contemporânea; “Diálogos com a Platéia – por de trás do espetáculo”, debate entre público e artistas mediado por  um arte-educador. realizado logo após as  apresentações com metodologia desenvolvida especificamente para cada espetáculo do repertório da Companhia ,

 

A Companhia participou de vários festivais do país como: Mostra de Dança XYZ, Festival Internacional da Nova Dança, Bienal SESC de Dança, Festival Expande Dança no  Teatro de Dança de São Paulo-SP, Cena Contemporânea-Festival Internacional de Teatro de Brasília e Marco Zero – Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas. Ao longo de seus 22 anos, a A.S.Q. tem sido apoiada principalmente pelo FAC Fundo de Apoio a Cultura do DF, os espetáculos e projetos ganharam vários prêmios regionais e nacionais e também foram beneficiados duas vezes pela Lei Rouanet.

 

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@2015 - AntiStatusQuo Cia de Dança

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